no dia de esvaziamento craniano mais agudo, quarta passada as knewn as 26/10, resolvi me apegar àlguma forma para dar lugar a um “poema” que julgava prolixo. over. deveras discursivo. demais. aí o dividi em 15 rigorosos haicais [5-7-5] e os dispus em uma espécie de dobradura origamática. c’est ça :
o original era isso:
toda música francesa é meio em loop
ai que saudade
de molhar o divã,
zombar de Courbet,
ler Lacan na cama
e tornar a molhar o divã;
do boeuf bourguignon
feito no foguinho de acampamento
na cozinha de casa
antes de devorar madeleines
com aquele meu jeitinho rústico
que você adorava, mas queria consertar
molhando o divã;
saudades da sua pélvis
com cheiro de omo progress
e do desejo de sodomizar adolescentes
ou ser enganado
por um par de seios falsos,
mas mesmo assim molhar o divã;
saudades da sequência de asceses
pela experiência do corpo
que molharam nosso tempo
e o tal divã;
ai que saudade…
de querer comer garotas
e você não deixar,
de ser trancada em casa, afinal,
você e os livros já sabiam tudo
e podiam me contar;
saudades de sangrar sorrindo pela casa
de não saber o que era bom
ou ruim
e as letras choverem alegres sobre o acaso
do meu analfabetismo funcional
até você me explicar que bataille não era batalha em francês.
e eu aprender uma língua nova
e fugir pela escada de incêndio gritando:
hélas, hélas!
e antes mesmo de conseguir atravessar a rua
enxarcar-me até os joelhos.
que beleza Cecilia!
de quatro pra vc…
il y a …surprise!!! De saber que a “Maria Joaquina”, menina travessa da 8a série chegou muuuuito mais longe do que um dia eu poderia ter imaginado. Clap, clap, clap. Parabéns Txitxília. Você me surpreendeu. Mais uma vez. Estou encantado com o il y a…
ai que saudade dôcê!