o espelho me deu duas décadas
e uns anos
a mais
no rosto anguloso
que nunca tive
o espanto
de me reconhecer
de ir me assimilando
na nova textura
nos acidentes
de um sorriso novo
quando me olhei nos olhos
vi uma chuva
de fragmentos especulares
e a urgência
de tocá-los
sem que perdessem
o encanto
_deitei as pálpebras
sobre o vidro
e tudo choveu
mais;